sábado, 10 de maio de 2008

SIMBOLISMO

Características
Poesia como mistério: idéias vagas e obscuras, ilogismo, hermetismo, imprecisão.
Poesia como evocação: distanciamento do real, culto do etéreo, espiritualismo, misticismo, ânsia de superação.
Poesia como fruto do conflito versus mundo:tédio, desilusão, pessimismo, melancolia, consciência da efemeridade da vida.
Poesia como fruto de inconsciente:evocação do mundo íntimo.
Poesia como símbolo:uso de alegorias, sinestesias, metáforas, comparações.
Poesia como música:assonâncias, harmonia entre as palavras, ritmo marcante.
Poesia como manifestação do belo:escolha cuidadosa de palavras que causem impressões sensíveis, neologismos, combinações novas entre vocábulos.

--> Questoes de vestibular:

http://pessoal.educacional.com.br/up/4380001/1434835/t1343.asp

http://www.estudantes.com.br/simulado/sim_11_3.asp?mat=L%CDNGUA+PORTUGUESA

http://www.vestibulandoweb.com.br/portugues/fuvest2000.htm

-->Aprofundamento:

http://www.elitecampinas.com.br/sobrevestibulares/calendarios2007/dicas_fuvest1fase/portugues.htm

sexta-feira, 9 de maio de 2008

Força,Babi!

Quando descobrimos que saudade é um sentimento só nosso, descobrimos também que lembrar dos momentos vividos perto de quem se ama, nos deixa com vontade de voltar no ontem para recuperar os instantes não aproveitados e para tentar trazê-los para o presente, como um presente que se ganha.Muitas vezes, sonhamos acordados, imaginando ter ao nosso lado a razão do nosso viver. Mas o sonho se desvanesse e fica apenas a saudade daquele abraço que aconteceu num tempo tão distante.Decobrimo-nos envolvidos por uma dor tão profunda que nos remete a buscar no amanhã a esperança do reencontro e é nesse instante que compreendemos a dor de uma saudade.Sentimento tão doce, tão terno que, mesmo fazendo sofrer ao lembrar da razão dele existir, um sorriso brota em nossos lábios, como a dizer: " não passei em vão por esta vida".

Babi...

Lamentamos pelo que aconteceu.
Apesar de tudo,nunca se está preparado para uma coisa dessas...
Que você continue sendo essa menina iluminada,sorridente,meiga,cheia de vida,que leva a alegria por onde passa.
Para o que precisar,conte conosco.Esperamos de braços abertos o seu retorno.
Enquanto isso,muita força; que Deus abençôe a você e a sua família.
Beijos.

quinta-feira, 1 de maio de 2008

Chaõ de giz - Zé Ramalho

Zé Ramalho teve, em sua juventude, um caso duradouro com uma mulher casada, bem mais velha, da alta sociedade de João Pessoa, na Paraíba. Ambos se conheceram num Carnaval.Ele se apaixonou perdidamente por esta mulher, porém ela era casada com uma pessoa influente da sociedade, e nunca iria largar toda aquela vida porum "garoto pé rapado" que ela apenas "usava".Assim, o caso,que tomava proporções grandes, foi terminado. Zé ficou arrasado por meses, e chegou a mudar de bairro, pois morava próximo a ela. E, nesse período de sofrimento, compôs essa canção.



"Eu desço dessa solidão, espalho coisas sobre um chão de giz"



Um de seus hábitos,no sofrimento, era espalhar pelo chão todas as coisas que lembravam o caso dos dois. O chão de giz também indica a fugacidade do relacionamento.



"Fotografias recortadas de jornais de folhas amiúde"



Outro hábito seu era recortar e admirar todas as fotos dela que saíam nos jornais - lembrem-se, ela era da alta sociedade, sempre estava nas colunas sociais.



"Eu vou te jogar num panode guardar confetes"



Pano de guardar confetes são aqueles balaios ousacos típico das costureiras do nordeste, onde elas jogam restos de pano, papel,etc. Aqui, ele diz que vai jogar as fotos dela fora num pano de guardar confetes, para não mais ficar olhando-as.



"Disparo balas de canhão, é inútil pois existe um grão vizir"



Ele tenta ficar com ela de todas as formas, mas é inútil pois ela é casada com o tal figurão rico.



"Há tantas violetas velhas sem um colibri"



Há tantas violetas velhas (como ela, bela, mas velha) sem um colibri (jovem pássaro que a admire). Aqui ele tenta novamente convencê-la simbolicamente, destacando a sorte dela - violeta velha - poder ter um colibri e rejeitá-lo.



"Queria usar quem sabe uma camisa de força ou de vênus"



É clara a dualidade do sentimento dele. Ao mesmo tempo que quer usar uma camisa de força, para manter-se distante dela e não sofrer mais, queria também usar uma camisa de vênus, para transar com ela.



"Mas não vou gozar de nós apenas um cigarro"



Novamente ele invoca a fugacidadedo amor dela por ele, que o queria apenas para "gozar o tempo de um cigarro". Percebe-se o tempo todo que ele sente por ela profundo amor e tesão, enquanto é correspondido apenas com o tesão, com o gozo que dura o tempode se fumar um cigarro.



"Nem vou lhe beijar gastando assim o meu batom"



Para que beijá-la,"gastando o seu batom"(o seu amor), se ela quer apenas o sexo?



"Agora pego um caminhão, na lona vou a nocaute outra vez"



Novamente ele resolve ir embora, após constatar que é inútil tentar.Mas, apaixonado como está, vai novamente "à lona" - expressão que significa ir a nocaute no boxe, mas que também significa a lona do caminhão com o qual ele foi embora - lembrem-se que ele teve que se mudar de sua residência para "fugir" desse amor doentio!



"Pra sempre fui acorrentado no seu calcanhar"



Esse amor que, para sempre, irá acorrentá-lo, amor inesquecível.



"Meus vinte anos de boy, "that's over, baby" , Freud explica"



Ele era bem mais novo que ela. Ele era um "boy", ela era uma dama da sociedade. Freud explica um amor desse (complexo de Édipo, talvez?).



"Não vou me sujar fumando apenas um cigarro"



Ele não vai se sujar transando apenas mais uma vez com ela, sabendo que nunca passará disso!



"Quanto ao pano dos confetes, já passou meu carnaval"



Lembrem-se, eles se conheceram num carnaval. Voltando a falar das fotos dela, que ele iria jogar num pano de guardar confetes, ele consolida o fim, dizendo que agora já passou seu carnaval, ou seja, terminou, passou o momento.



"E isso explica porque o sexo é assunto popular"



Aqui ele faz um arremate do que parece ter sido apenas o que restou do amor dele por ela(ou dela por ele): sexo. Por isso o sexo é tão popular, pois só ele é valorizado- uma constatação amarga para ele, nesse caso.

Há quem veja também aqui uma referência do sexo a ela através do termo"popular", que se referiria ao jornal (populares), e ela sempre estava nos jornais, ele sempre a via neles.



"No mais estou indo embora"



Após sofrer tanto e depois desabafar,dizendo tudo que pensa a ela na canção, só resta-lhe ir embora.

O fantasma da máquina



O conto “O Fantasma da Máquina” (2005), de Nelson de Oliveira, tem na figura-fantasma, que opera à semelhança de um vírus de computador, a responsável pela desestruturação da narrativa, desde a própria escrita em visível desordem. É nela que está o fundamento do ato narrativo que, em primeira instância, apresenta o envolvimento amoroso entre um narrador dramatizado e uma personagem feminina – Débora ou Déobra (obra de Deus) – em mutação constante entre a realidade de uma presença (a mulher) e a virtualidade de outra (a obra). Autor, narrador, personagem e texto estão em contínuo movimento de aparecimento-desaparecimento, revelando ao leitor um universo contaminado pela realidade virtual.




O Fantasma --> Ao fantasma cabe uma função singular nesta narrativa. Sua presença é sugerida desde o título, atuando como uma espécie de programador da narrativa, alterando a ordem pré-estabelecida da língua, o ambiente, as personagens e a própria existência do narrador, em sério risco de desaparecimento, o que acabará ocorrendo ao final.
Sua ação poderia se aproximar, talvez, de uma das categorias da narrativa - a do autor implícito - realidade da qual nenhuma narrativa pode abrir mão, pois não é dada à função autoral a possibilidade de desaparecer, por mais que se modifiquem as estratégias que denunciam sua intervenção inferida por traços virtuais da construção textual, à semelhança de um “fantasma da máquina”.
Essa figura fantasmática, que habita um espaço movente entre a existência e a não existência, modifica a estrutura da narrativa e, como se fosse um vírus de computador, se dissemina por todos os existentes da máquina-textual, contaminando-os com a possibilidade do desaparecimento.




Débora --> No começo do texto não há mais “deifício” (trocadilho: dei, do latim deus; aedificare, construir, deificare, divinizar); não há mais opus dei. Momento solene, peal = toque (de sinos). Sem a obra divina, o mundo continua, mas não é mais o mesmo (dez). Surge então Débora, das águas (nascimento mítico, gesto adâmico de volta à origem e à fluidez... do ciberespaço?) (nove). O contato com Débora (o beijo) é a peça (o link) que organiza a realidade, conferindo-lhe sentido (oito); mas Débora é múltipla, sua natureza é matemática, sua matriz numérica (seis) jamais repete as posições (sete). Permanece em aberto. Como encontrar a matriz? A raiz?
Note-se que a presença multisensorial de “Déobra” é construída com a utilização de uma linguagem sinestésica e deliberadamente ambígua: atributos femininos confundidos com os de máquina e/ou andróginos (mamilo lilás, vulva matizada e cheirosa, clitóris envernizado, escapamento, voz de homem ou de secretária eletrônica), gerando estranhamento. Uma personagem que se desfaz para se refazer em outra, num fluxo contínuo entre ser mulher, ser máquina ou ser obra, esta mesma na qual estamos imersos como leitores. E aí está, também, um vínculo a mais com a narrativa num ambiente de ciberespaço.





O narrador entre a existência e a não-existência --> O narrador está presente na história. Trata-se de um narrador dramatizado, seja por ser personagem dela, seja por mostrar a própria experiência de convivência entre dois mundos - o real e o virtual - de forma viva e dinâmica, no aqui e agora do ato narrativo, que partilha, também, com a própria função autoral, ao assumir a responsabilidade pelo construto narrativo, de modo a mostrar que a ficção se apresenta enquanto realidade criadora de mundos possíveis e virtuais, sem a pretensão de “parecer real”.
 
© Papeis Krista '' Por Elke di Barros